Feliz deste jeito

Energia é que não falta à Annita Carvalho Quaresma, 81 anos. às segundas-feiras faz ginástica das 8 às 9 horas, depois 9.30h participa de uma oficina de teatro. Almoça e à tarde, às 13.30h já está na aula de flauta doce, onde se exercita até às 18.00h. Os outros dias, ela preenche com aulas de ginástica, de teatro e de piano.

Como adora dançar, sempre que pode vai com amigas a bailes e não fica sentada na cadeira. Só no reveillon, dançou das 9 às 4 da manhã.

Viajar é outra atividade que Annita adora. "Já fui a Cancun, a Buenos Aires, ao sul do Brasil várias vezes e outros lugares. Quando posso, viajo para me divertir", confessa.

Desde criança gostava de representar e chegou a fazer uma apresentação para a família. Mas, isso não foi adiante. Teve que se contentar em aprender outras coisas, que não gosta, como por exemplo, crochê e tricô.

– "Sei, porque fui obrigada. Minha mãe era muito retrógrada. Rir muito significava, assanhamento. Dançar era indecente para moças de família. Fui muito reprimida", declara.

O marido, Homero Paranaense Quaresma, dez anos mais velho, funcionário do Ministério da Guerra tinha temperamento oposto ao seu: "era quieto e bem reservado", revela.

Durante o casamento se dedicou ao lar e à única filha, abandonando os estudos de piano. Mas, fez outros cursos de datilografia, de inglês, já que não podia ficar parada, como ela mesma diz.

Hoje é modelo fotográfico. Fez um anúncio para uma conhecida empresa de telecomunicações vestida de noiva, foto da página principal e para duas outras empresas.

– "Gosto muito deste trabalho, pena que não haja tantos convites. O mercado está mais aberto para homens maduros, diz Annita.

Desta maneira, ela vai levando sua vida, seu tempo com muita disposição. Tem dois netos e 2 bisnetos – o menino na foto com ela – de 5 e 7 anos respectivamente. Como já criou a filha e os netos, prefere atualmente curtir a vida.

Suas colegas mais moças, de 70 anos ou menos, queriam ser como ela.

– "Não há segredo algum. Tenho saúde porque passei a me cuidar após os 50 anos e nunca tomei remédio, que não fosse muito necessário e recomendado por médico. Preservo minha liberdade, fazendo o que quero e gosto. Só assim podemos ser felizes na vida", finaliza.